
Amor urgente.
Não faço nada mais que o necessário, supérfluo é não viver.
A brevidade de minha existência, o pouco tempo do espírito encarnado,
O parco momento em que respiro, e vejo, e ouço, e pego, e sinto.
Determina a celeridade dos atos no meu dia-a-dia.
Urge meu instante terreno.
Quando se pensa, e pesa, e mede e julga em demasia.
Quando não se executa o comando da própria natureza que nos cria.
E não se deixa o coração ás rédias, sendo guia.
Dá-se margem a sobrevida, a culpa, a ressentimento, a queixas futuras e tardias.
Sensação que beira a covardia, morte em vida, apatia.
As mãos que me estendes agora, em boa hora, sejam louvadas.
O colo em que desfrutarei aconchego, onde saciarei o mais secreto desejo.
Ideal que buscava, ansiava, perseguia.
Clarins em alvorada, me convocam ao amor.
Dor de outras lidas, distantes, só lembranças, jaz esquecidas.
Canta minha sereia, canta e me leva a teu encontro.
Sigo a luz de teus olhos, os mesmos olhos que por mim brilham como luz de estrelas.
Amanhã chego cedo, bem cedo, no primeiro sol da manhã de primavera.
Larissa Perdigão
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