
Duvidante
Entre o distante prazer
E o atual lugar de minha agonia.
Entre Madalena e Sofia.
O que me faço e penso é loucura.
O que me faço, lúcido não me faria.
Concebe-se o beijo e jaz a coerência.
Aborta-se o ensejo, finda o que me extasia.
Meu sangue estagnara em meio às pulsações.
O sopro da morte assobia.
Por mim amanheceria à meia-noite
Ou o sol escureceria ao meio-dia.
De mim tudo espera-se agora.
O que minha boca cala,
Minha consciência anuncia.
O que meu coração deseja,
Minha razão renuncia.
O tempo me escraviza por lembranças.
Os caminhos longos e andanças infindas me fadigam.
Juventude rasgada em paixões,
Sementes que brotam tardias.
Tudo e nada se assemelham.
Ninguém agora sou eu mesmo.
Tenho no inferno que criara a própia moradia.
Padeço em cada aurora
Renasço e sinto a alma pesada e fria.
Larissa Perdigão
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