segunda-feira, 12 de janeiro de 2009


Duvidante



Entre o distante prazer

E o atual lugar de minha agonia.

Entre Madalena e Sofia.

O que me faço e penso é loucura.

O que me faço, lúcido não me faria.

Concebe-se o beijo e jaz a coerência.

Aborta-se o ensejo, finda o que me extasia.

Meu sangue estagnara em meio às pulsações.

O sopro da morte assobia.

Por mim amanheceria à meia-noite

Ou o sol escureceria ao meio-dia.

De mim tudo espera-se agora.

O que minha boca cala,

Minha consciência anuncia.

O que meu coração deseja,

Minha razão renuncia.

O tempo me escraviza por lembranças.

Os caminhos longos e andanças infindas me fadigam.

Juventude rasgada em paixões,

Sementes que brotam tardias.

Tudo e nada se assemelham.

Ninguém agora sou eu mesmo.

Tenho no inferno que criara a própia moradia.

Padeço em cada aurora

Renasço e sinto a alma pesada e fria.

Larissa Perdigão

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